sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Outro nome para amor.

Preciso criar outro nome. Amor não é o que eu sinto por essa mulher. Amor, da forma que foi definido pelas pessoas pressupõe algumas coisas que não tenho, não quero ter. Dizem-me que o amor é calmo, manso e tranquilo. Dizem-me que o amor só existe quando um completa o outro em tudo. Falam que o amor é sempre fruto de algo divino. Ouvi gente que acredita que há amor no plural: amores! Imagine.

O que eu sinto não é calmo. É intenso e pulsa por todos os meus poros, todos os dias da minha vida. Acordo amando com uma força e uma intensidade tão grande que mesmo de olhos bem abertos continuo sonhando e amando a mulher dos meus sonhos.

O que eu sinto não é manso. É selvagem, cheio de desejos e voracidades que transformam um simples olhar no convite ao sexo, ao amor consumado.

O que eu sinto não é tranquilo. Não segue regras, nem obedece leis. Não espera o sinal para atravessar a rua, não se detém com dificuldades, não se recolhe na adversidade. O que eu sinto pulsa. Faz meu coração acelerar, ganhar velocidade e, como numa montanha russa, faz os sentimentos transbordarem pelo meu estômago, barriga, pele, olhos, boca. Nem meu sorriso é tranquilo.

Ela não me completa. Ela me aumenta. Torna-me ainda mais forte a cada dia, mesmo que longe. Sua simples existência no mesmo mundo, no mesmo tempo, me faz crer que sou mais, que sou melhor, que posso mais, que saberei fazer melhor. Sua força completa a minha, mas não me limitaria jamais a apenas completá-la. E nunca, em momento algum, acreditaria que ela é só a outra metade de mim. Ela é meu dobro, meu múltiplo, minha potência a qual sou elevado apenas porque ela existe.

Esse amor não é apenas fruto de algo divino, ele é a divindade em si mesmo. Ele soma a força, a fé, os sonhos, as fantasias, as crenças, as vontades, os íntimos, as maravilhas, o inexplicável, a grandeza e a força de tudo o que já senti na vida e faz com que isso tudo seja ainda mais divino. Creio neste amor, como creio em Deus.

Se existem amores, os meus são todos dela. Um por um, todos. O que sinto hoje e sempre, é muito singular, único, especial e verdadeiro. Se houver desse sentimento no plural, repito: são todos dela.

Preciso criar outro nome para amor.

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