O que eu sinto não é calmo. É intenso e pulsa por todos os meus poros,
todos os dias da minha vida. Acordo amando com uma força e uma intensidade tão
grande que mesmo de olhos bem abertos continuo sonhando e amando a mulher dos
meus sonhos.
O que eu sinto não é manso. É selvagem, cheio de desejos e voracidades
que transformam um simples olhar no convite ao sexo, ao amor consumado.
O que eu sinto não é tranquilo. Não segue regras, nem obedece leis. Não
espera o sinal para atravessar a rua, não se detém com dificuldades, não se
recolhe na adversidade. O que eu sinto pulsa. Faz meu coração acelerar, ganhar
velocidade e, como numa montanha russa, faz os sentimentos transbordarem pelo
meu estômago, barriga, pele, olhos, boca. Nem meu sorriso é tranquilo.
Ela não me completa. Ela me aumenta. Torna-me ainda mais forte a cada
dia, mesmo que longe. Sua simples existência no mesmo mundo, no mesmo tempo, me
faz crer que sou mais, que sou melhor, que posso mais, que saberei fazer
melhor. Sua força completa a minha, mas não me limitaria jamais a apenas
completá-la. E nunca, em momento algum, acreditaria que ela é só a outra metade
de mim. Ela é meu dobro, meu múltiplo, minha potência a qual sou elevado apenas
porque ela existe.
Esse amor não é apenas fruto de algo divino, ele é a divindade em si
mesmo. Ele soma a força, a fé, os sonhos, as fantasias, as crenças, as
vontades, os íntimos, as maravilhas, o inexplicável, a grandeza e a força de
tudo o que já senti na vida e faz com que isso tudo seja ainda mais divino. Creio
neste amor, como creio em Deus.
Se existem amores, os meus são todos dela. Um por um, todos. O que
sinto hoje e sempre, é muito singular, único, especial e verdadeiro. Se houver
desse sentimento no plural, repito: são todos dela.
Preciso criar outro nome para amor.
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