Claro que a soneca foi até as 11h da noite e acordei sem sono e sem ter o que fazer na pousada. Nenhuma disposição para interagir com as pessoas que talvez ainda estivessem acordadas mas toda a disposição do mundo para escrever e interagir pela janela do computador. Foi o que fiz até umas duas da manhã, quando peguei no sono novamente preocupado em não perder o nascer do sol do dia seguinte.
Às 5h30 eu já estava de pé e descendo para o deck onde esperava ver mais um espetáculo da natureza. Fiquei de frente para o sol e o espetáculo foi mesmo bem diferente do dia anterior. Ainda no início, percebi uns flashes saindo de uma das varandas da pousada. Era a moça do casal de Fortaleza tentando fazer fotos sem descer. A convenci que valia a pena vir ver o sol e ela veio me fazer companhia no deck.
O sol nascia colorindo as nuvens mas não estava tão maravilhoso como no dia anterior e a moça reclamava muito da sua sorte, da sua máquina, da sua vontade de ter fotografado o mesmo nascer do sol do dia anterior, sem entender que cada dia é diferente do outro. Fiquei quieto, fotografando mesmo assim, feliz de estar ali e de ter uma câmera que me permitisse registrar aquele momento.
Em um determinado momento, virei de costas para o sol para ver como estava o mar e as montanhas do outro lado e dei de cara com o maior arco-íris que eu já vi em toda a minha vida. Um momento mágico que me fez reagir como criança, excitado com a beleza das cores e com a perfeição da forma. Ele estava inteiro lá. Eu conseguia ver de onde ele saía e aonde ele chegava. Suas cores estavam fortes e marcadas e eu agradeci pela experiência única que estava tendo.
A moça fez meia dúzia de fotos do arco-íris e preferiu continuar reclamando do nascer do sol. Desisti de falar qualquer coisa. Se a pessoa não sabe ver a beleza que o dia oferece tão generosamente, então não há o que se dizer.
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