Já tinha curtido o nome. O fogo me fascina, sempre fascinou e por isso, depois de rodar um tempo pela cidade tracei minha reta para o restaurante. O pessoal do almoço tinha me dito que um casal iria tocar lá e que eu ia gostar muito. Fiquei tenso, sempre acho que em Paraty a única música que esses caras tocam é "Te Amo Espanhola", mas nada como estar zen... entrei sem medo de ser feliz no restaurante que ainda estava vazio. Na verdade eu não pretendia comer nada por ali, tinha almoçado minha moqueca e tava contente com isso. Queria mais era uma cerveja gelada, uma boa música e quem sabe encontrar pessoas novas e bater um papo.
O primeiro encontro foi com Bruno Felipe, o garçom.
Pausa. Os nomes das pessoas nessa viagem são tão incríveis que vou ter que escrever um post só sobre isso. Fim da pausa.
Bruno é aquele garçom gente boa que te coloca a vontade e faz um milhão de sugestões, todas baseadas no gosto dele, mas de forma sempre muito simpática. Com o restaurante vazio notei que a música de fundo era muito boa e começamos um papo sobre isso. Teve uma hora que ele confessou: - as músicas são ótimas mesmo, mas é a mesma playlist há uns dois anos...eu não aguento mais! E eu ri. Perguntei se ele conhecia ZAZ e ele me disse que não e eu me ofereci pra colocar no som dele já que não tinha ninguém por ali mesmo.
O cara adorou e eu também, porque ZAZ é mesmo a minha melhor descoberta musical em anos. Tomei umas cervejinhas e nada do restaurante encher. Os músicos chegaram e eu olhei bem para aquele casal antes de começarem a cantar. Ele parecia uma mistura de Sivuca com Itamar Assumpção e ela parecia a Amália Rodrigues tupiniquim. Fiquei com medo. Se eu não gostasse não poderia sair, eles iam fazer o show só pra mim.
Saí para fumar um cigarro e tentar ficar o mais zen possível, já cantarolando: te amo espanhola, te amo espanhola, pra que chorar...te amo...... quando entram dois franceses mortos de fome e de curiosidade e sentam na mesa ao meu lado. Ufa, tava salvo.
Mas quando a música começa tenho outra boa surpresa. A voz da "Amália" era linda e o violão do "Itamar" era sensacional. O repertório tinha alguns deslizes é claro, mas nada que comprometesse o cantinho e o violão. Adorei e no final da noite já tava querendo comprar o CD deles porque achei absurdo pagar R$ 7,00 para ouvir horas de uma música tão boa.
Quando me empolguei com o som e com o lugar resolvi pedir uma Lula flambada com papaia. Esqueci de dizer, mas tudo era flambado na Casa do Fogo, daí o nome. Era um petisco, mas era bom demais.
Num dos intervalos do show, o Bruno me deu a dica do dia seguinte: - cara, você não pode deixar de conhecer Paraty Mirim. E aquilo me martelou na cabeça... Por que não?
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