quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ontem não escrevi...

Tem dia pra escrever e dia pra viver. Ontem foi dia de viver e foi bom.

Na segunda cheguei na Pousada Caminho do Ouro em Paraty e confesso que foi minha primeira decepção na viagem. Tava esperando uma casa no mato, cheia de passarinhos e muito sossego e não encontrei nada disso. Dei de cara com um restaurante na beira da estrada Real que por acaso tem quatro quartinhos muito mal cuidados. A funcionária chilena me olhou como se eu fosse um ET. - Ah si, tienes reserva!? Bien, voy a me certificar. Já não curti nem um pouco.

Volta ela com a informação de que era sim verdade, eu tinha feito e pago 50% da minha reserva. Como se eu mesmo não soubesse. E me convida para mostrar o quarto que foi o ápice da frustração. Em si, ele nem tinha nem eu esperava que tivesse algo demais. Mas não precisava ter paredes estufadas de umidade e mofo. Olhei para aquilo e disse para a chilena: - Olha, eu não sei se vou ficar as duas noites porque procurava um lugar mais quieto, etc... e já fui preparando minha fuga.

Depois, ela me mostrou o restaurante (o Voilá), que fica no fundo, bem na beira do Rio Perequê-Açu... simpático e bonitinho, diga-se de passagem, mas não o suficiente para me encantar. Mas o pior mesmo foi ela me dizendo que os donos estavam viajando e por isso o restaurante, que era o melhor da pousada, estava fechado. Tomei a decisão de ir logo para a cidade - tava faminto - Ia ficar por ali aquela noite e então decidiria. Foi  que eu fiz.


Cheguei no Centro Histórico com meu sorriso aberto e meu estômago contorcido de fome. Resolvi torturá-lo um pouco mais e fui andar pelas pedras tortas dessa cidade linda em busca de um lugar legal. Não podia ser qualquer lugar, tinha que ser bem legal. Andei, andei, andei e parei em um lugar chamado: Bodega do Poeta. Claro que nem vi se o lugar era legal ou não...parei pelo nome achando que aquele era o lugar certo para mim. Pedi uma cerveja, abri o laptop, escrevi o post anterior e decidi pedir uma moqueca de camarão que tava dos deuses. Olhei pra cima da minha mesa, que ficava bem na porta do restaurante onde eu podia fumar alegremente, e dei de cara com o número 11. Ri porque esse número me acompanha em tudo e sempre.



Claro que nesse meio tempo fiz amizade com o garçom, a cozinheira, os caras da loja do lado, a doida da cidade que passa lá pra falar a previsão do tempo, a amiga da dona, etc. Virou uma festa e eu emendei umas quatro ou cinco cervejas antes de resolver seguir meu passo torto pelas pedras (que já me pareciam bem retas) nas ruas de Paraty. Antes, pedi uma dica sobre o que fazer de noite e eles me falaram de um restaurante chamado Casa do Fogo que tem música ao vivo, etc. Curti, era bem isso o que eu queria mesmo e lá fui eu rodar a cidade e ficar o mais longe possível da pousada...

  



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