Por que um blog?

Por vários motivos...

Tem um blog importante pra mim que comecei a escrever no momento em que me dei conta de que ia perder a mulher da minha vida porque não tinha me entregue o bastante pra ela. Descobri isso na véspera de uma viagem longa que ela ia fazer e corri pra dizer isso para ela antes dela ir embora. Claro que bem lá no fundo achei que ela podia desistir de viajar e ficar comigo, mas ela foi. E no mesmo dia em que ela foi tive a ideia de escrever um blog. Era para ser um presente que eu só ia dar no dia em que ela voltasse, uns quarenta e tantos dias depois. Mas não foi.

Durante a viagem nos falamos quase todos os dias. Eu senti mais falta dela do que jamais tinha sentido falta de ninguém, mas a internet faz tudo parecer mais perto e, mesmo durante o tempo em que ela estava longe brigamos por um ou outro motivo tolo. Um dia ela teve uma crise de ciúmes e reclamou da minha exposição no Facebook e me disse que eu estava seduzindo algumas amigas de Facebook e ficou triste com isso. Pedi cinco minutos e disse para ela entrar na minha página. Lá eu tinha escrito algo como: A quem interessar possa a única pessoa que amo e que me interessa amar na vida é ela... e junto com a declaração de amor eu postei o link do blog e dei o presente antes da hora.

Depois disso, depois da viagem e depois de muitas coisas que passamos juntos, acabamos nos separando de vez. E isso já tem muito tempo e até hoje penso e amo a mesma mulher da mesma forma. Mesmo sabendo que não há mais volta, mesmo sabendo que ela não me ama como eu a amo, mesmo assim...sigo amando. Segui escrevendo no blog por mais de um ano e nunca recebi uma resposta de nada do que escrevi. Sabia que ela lia pelas estatísticas do blog e porque ela mora em outra cidade, mas ela jamais se sensibilizou com nada do que eu escrevi e olha que coloquei minha alma em cada palavra escrita, em cada parágrafo, em cada post. Mas a minha alma pareceu pouco para ela e ela seguiu outro caminho e eu continuo tentando seguir o meu.

Em um dos últimos posts que escrevi declarei a minha "incompetência emocional" para ela. Me sentia e ainda me sinto completamente incompetente para me livrar desse amor que me consome todos os dias. Tive várias namoradas depois dela, todas por pouco tempo e todas com a expectativa de encontrar um novo amor, uma nova razão de viver. Mas não encontrei. Fiz de todas minhas amigas e minhas cúmplices. Não escondi de nenhuma o sentimento que ainda guardo por ela e sigo incompetente buscando aquietar meu coração de alguma forma que ainda não sei qual é.

Depois deste post, entrei no Facebook e criei um grupo com o nome de "Incompetentes Emocionais e descobri que não estava sozinho. Foi até engraçado. Me senti um alcoólico entrando nos alcoólicos anônimos pela primeira vez para confessar minha dependência por um amor que só resiste, existe e persiste na minha cabeça. Isso tem dois meses e de lá pra cá juntamos mais de oitenta pessoas que falam sobre suas questões, pedem conselhos, trocam experiências e levam a vida difícil de um incompetente emocional mais leve.

Percebi que somos muitos e que esses oitenta apenas confessam sua incompetência sem se importar com a opinião dos outros e por isso decidi fazer desse grupo, fruto de uma dura conclusão pessoal, evolua em um projeto maior. O primeiro passo é esse blog. Outros virão em breve.

Vou aproveitar os 15 dias que me dei de férias para escrever aqui, sempre que conseguir e sempre que conseguir e sempre que tiver o que dizer. Vou viajar com esse laptop e botar pra fora tudo aquilo que dentro dói tanto. Quem sabe assim consiga espantar meus fantasmas e quem sabe assim consiga acalmar a dor de amor que sinto há tanto tempo.

Bem-vindo ao blog dos Incompetentes Emocionais.