Era uma
manhã. Havia sol, muito sol. O poeta acordou cedo como acordava todos os dias. Abriu
sua janela e logo sentiu o cheiro do mato que ficava perto de sua casa onde os
pássaros cantavam alto e celebravam o novo dia. Ele podia sentir a inspiração
chegando mansa como sempre chegava.
O poeta
sempre imaginava a inspiração na forma de mulher, uma musa que lhe soprava
palavras, lhe mostrava cores e lhe trazia cheiros e memórias, fossem elas reais
ou não, pouco importava. Ele podia senti-la chegando. Tomando conta dos seus
sentimentos. Ele se tornava mais menino perto dela, mais ingênuo, mais puro.
Naquela manhã,
ao invés de escrever, o poeta saiu para andar. Ia em busca de memórias que não
conseguia transformar em palavras, ao menos, não na ordem em que ele as queria
colocar. Sentia que devia apagar algumas delas se não da cabeça, pelo menos do
coração. Mas tentava em vão. O poeta ainda sofria por amor.
Ele havia
deixado passar o grande amor da sua vida. Perdeu-a por entre tolices, rompantes
e desencontros. As verdades de cada um tornaram-se insuportáveis para eles
mesmos e assim tomaram caminhos opostos. Ela foi. Ele ficou.
Por quais
caminhos ela terá seguido? Estará feliz? Terá hoje um amor maior do que o que
tiveram? Que novas fantasias terá ela criado para sobreviver no mundo que
tantas vezes a rejeitou do jeito que ela é de verdade? Que mentiras terá ela se
obrigado a criar para seguir viva? São tantas perguntas que ele se fazia
constantemente sobre ela que, por vezes, esquecia-se de fazer as perguntas
sobre ele mesmo. E não havia pouco a se perguntar. Mas as respostas nunca
vinham e ele cansava-se do sofrimento imposto – mais pelas suas questões do que
pelas dores do coração. Com essas ele quase se acostumara.
Havia
naquela manhã uma forma nova de inspiração. Os pássaros cantavam mais alto que
o normal. O cheiro estava mais forte. As memórias mais intensas. E com tudo
isso, o coração do poeta estava mais apertado do que nunca. Era preciso andar e
pensar. E quanto mais ele pensava mais certeza ele tinha de que pensar não o
levaria a lugar nenhum. E quanto mais
sentia, mais sofria com a falta daquela que nunca deixou de estar dentro dele.
Suas opções
não pareciam fazer sentido: buscar outro amor para esquecer o amor
inesquecível? Desistir de amar? Esperar? Nada fazia sentido algum para ele e
por isso ele escolheu voltar pra sua casa e escrever.
E se lhe
perguntassem naquele dia o que é saudades, ele apenas deixaria uma lágrima
escorrer pelo rosto e diria seu nome.
Cada pessoa que passa por nossa vida possui uma missão e descobrí-la dentro de nós é a nossa tarefa.Na vedade são professores colocados por Deus . A saudade é algo positivo quando descobrimos o quanto se aprendeu pela ocasião daquela convivência e nos dedicamos a ser melhores a cada dia com base nas aprendizagens que somente na interação com as pessoas podemos adiquirir. O saudosismo que nos prende ao passado como algo que se confunde com a prípria existencia é negativo, não gera beneficia para que possamaos caminhar livres e desenvolver nossas capacidades humanas.Sejamos fortes para romper com a ponte que nos liga ao passado. Vamos correr mais riscos e apostar na vida como um momento precioso que não pode ser disperdiçado pelo medo de ser feliz.O masoquismo é fruto de ilisão e se não prestarmos atenção na realidade divina essa ilusão cresce e nos mata em vida.
ResponderExcluirNão costumo responder posts anônimos. Meu blog é um espelho da minha alma e me exponho para quem quiser ler e comentar de uma forma bem clara e transparente. Espero o mesmo nos comentários mas, não quero deixar o seu sem resposta.
ResponderExcluirUma coisa é me permitir seguir em frente e romper algo ruim. Outra coisa é sentir falta de algo que fez mais bem do que qualquer outra coisa na vida. Seria sim negativo se o que eu guardasse por dentro não fossem os melhores sentimentos. As ilusões já morreram há muito.
Não acredito em reviver, em andar para trás. Nada disso vai acontecer e não me iludo nem por um minuto. O que sinto é grande e forte, e é tão grande e tão forte que ainda estou transformando isso numa coisa ainda melhor e talvez demore mais do que eu gostaria, talvez não...
A covardia de não assumir meus sentimentos é que me parece negativo. Você não acha? Não estou preso ao passado e nem ao futuro. Vivo cada dia como se fosse o último.
Estou sempre atento ao que você chamou de realidade divina. Obrigado por se preocupar.